segunda-feira, abril 12, 2004

Resultados da primeira sondagem

Já são conhecidos os resultados do primeiro fantástico inquérito promovido pelo Esquizofrenias de Bolso.

Como não poderia deixar de ser, e em consequência do facto de a nossa redacção ainda estar a dar os primeiros passos nestas coisas dos convívios cibernéticos, a primeira questão levantada procurava sentir o pulso dos leitores relativamente à qualidade deste «blog».

E, para além da adesão massiva dos leitores (46 votos no total...), há a retirar como grande nota de destaque nos resultados do inquérito, o facto de a maioria dos votantes (30%), não ter manifestado quaisquer hesitações em optar pela resposta «E se fossem fazer inquéritos para o caralho!?».

Como podem calcular, a esmagadora vitória desta opção não só nos enche de orgulho, como também nos transmite a necessária dose de coragem para prosseguir esta batalha em prol do direito à opinião de quem nos lê.

Assim sendo, após aturadas e tumultuosas reuniões, a nossa redacção chegou finalmente a um consenso quanto ao rumo a seguir na linha editorial das questões a colocar aos cibernautas e decidiu-se por disponibilizar já mais um precioso inquérito, disponível para votação mesmo aqui ao lado.

Obrigado e bons votos!

quarta-feira, abril 07, 2004

O mundo das crianças e o mundo dos adultos

É frequente acontecer-me, quando me dedico a passear a minha cadela pelas estreitas ruelas da Costa do Castelo, cruzar-me com crianças que, acompanhadas pelas mães, não conseguem conter o impulso de manifestar as pueris sensações que lhes são despertadas pela presença de um pequeno bicho peludo de quatro patas nas suas imediações.

Invariavelmente cola-se-lhes na pequenina face um sorriso, acompanhado por um assinalável arregalar de olhos que deixa adivinhar a reacção quase unânime: «Cão!», dizem elas, na maior das inocências, felizes por expressarem em voz alta a constatação de um facto irredutível: É um cão! E não consigo evitar responder com um sorriso.

Esta peculiar forma de sublinhar a verdade das coisas que nos rodeiam, tem provocado em mim um processo de reflexão que me leva sempre a concluir ser lamentável que as coisas não possam funcionar da mesma forma no complexo mundo da vida adulta.

Confesso que acredito piamente que nos seria possível viver num ambiente mais feliz e desanuviado se assim fosse. E quando penso nisso, obviamente que incutindo um cariz totalmente egoísta às minhas reflexões, penso em mim, na minha vidinha e em como seria bom poder fazer como as crianças que apontam para a minha cadela e se regozijam com o simples pronunciar da palavra «cão».

Era tão simples quanto poder chegar ao trabalho e, ao cruzar-me com o meu chefe no corredor, sorrir para ele, apontar e dizer: «Filho da puta fascista!». E ele respondia com um sorriso e seguia a sua vidinha, sem se incomodar com a constatação de um facto...